As alergias ocorrem quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a substâncias inofensivas como o pólen, ácaros ou certos alimentos. Esta reação provoca sintomas como espirros, coceira e erupções cutâneas.
As alergias são um pouco um bug do sistema imunológico: em vez de ignorar substâncias comuns como pólen, pelos de animais ou certos alimentos, ele decide entrar em pânico e considerá-las perigosas. Resultado, ele dispara todo o arsenal de defesa desnecessariamente. O corpo libera então substâncias químicas, principalmente a histamina, causando coceiras, inchaços, vermelhidões e todas essas sensações tão desagradáveis que caracterizam as alergias. Em outras palavras, o sistema imunológico se engana de combate, e quem se dá mal é você.
As alergias são frequentemente uma questão de família: se os teus pais sofrem disso, é claro que tens mais chances de desenvolvê-las também. Esse fator genético faz com que algumas pessoas nasçam mais sensíveis a alérgenos do que outras. Mas não é só isso! O teu ambiente também desempenha um papel extremamente importante. Estar cercado de uma higiene excessiva durante a infância pode limitar a exposição a certos micróbios essenciais, o que leva o teu sistema imunológico a se mostrar excessivamente reativo a substâncias normalmente inofensivas. A poluição, o fumo, ou ainda a vida na cidade — enfim, tudo o que respiras no dia a dia — também influencia os teus riscos de desenvolver alergias. Mesmo o que comes quando és criança e a forma como vives podem mudar a situação. Em resumo, as alergias são o resultado de um coquetel não muito simpático entre o que os teus pais te deram do lado genético e o que o teu cotidiano te oferece em termos de ambiente.
Seu corpo entra em contato com uma substância banal (pólen, amendoim, poeira ...) e, em vez de ficar zen, seu sistema imunológico começa a estressar desnecessariamente. Esse primeiro encontro é o que chamamos de fase de sensibilização: suas células imunológicas decidem (erroneamente!) que essa substância inofensiva é uma verdadeira ameaça. Elas, então, produzem uma série de anticorpos específicos, chamados IgE, responsáveis por reconhecer especificamente esse intruso imaginário.
Durante uma próxima exposição a essa mesma substância (alérgeno), esses anticorpos IgE já presentes se ativam imediatamente, se ligam a células chamadas mastócitos, que então liberam substâncias químicas poderosas como a histamina. Ela é a culpada, responsável pelos sintomas alérgicos desagradáveis: nariz escorrendo, espirros, coceiras, vermelhidão ou inchaços.
Resumindo, seu sistema imunológico faz um alvoroço porque confunde uma substância inofensiva com uma agressão super perigosa.
Entre os culpados habituais, estão os pólenes, aqueles das árvores, das ervas ou das gramíneas, frequentemente responsáveis pela famosa rinite alérgica na primavera. No que diz respeito aos animais, os culpados frequentes são os pelos ou escamas dos nossos amigos gatos, cães, coelhos ou cavalos. Os ácaros presentes na poeira dentro de casa adoram se aninhar em nossos colchões e tapetes, desencadeando espirros repetidos. No que diz respeito à comida, alguns alimentos como amendoins, nozes, leite, ovos, peixe ou frutos do mar também estão entre os principais alérgenos conhecidos. Sem esquecer das picadas de insetos, como as de abelhas ou vespas, que podem desencadear uma reação alérgica às vezes muito séria. Por fim, certos produtos ou substâncias químicas como o látex, perfumes ou conservantes presentes em cosméticos e xampus também estão frequentemente envolvidos nessas reações desagradáveis.
Já o primeiro truque bem simples: evitar o encontro com os alérgenos responsáveis. Você é alérgico a ácaros? Então, você limpa sua casa regularmente, usa proteções antiácaros em sua cama, enfim, você limita os danos. O mesmo vale para o pólen: na alta temporada, você fica o máximo possível dentro de casa, com as janelas fechadas, especialmente se houver vento que faça isso voar para todo lado. Em relação à comida, se você tem uma alergia alimentar, então é lógico, você examina os rótulos dos alimentos e toma cuidado nos restaurantes.
Depois, em termos de remédios, você tem os clássicos medicamentos antialérgicos, que acalmam reações incômodas como espirros, nariz coçando ou olhos vermelhos. Quando a situação se torna séria e pode ameaçar sua vida, como em uma reação grave chamada anafilaxia, aí é seringa de adrenalina direto, e emergência em seguida.
Por fim, uma solução a considerar a longo prazo: a dessensibilização (ou imunoterapia específica). Basicamente, durante vários anos, você recebe injeções ou coloca sob a língua, em doses muito pequenas que aumentam progressivamente, o alérgeno em questão, para que seu corpo aprenda lentamente a parar de entrar em pânico sem razão.
O leite, os ovos, a soja, os peixes, os crustáceos, os amendoins, as nozes e o trigo são responsáveis por mais de 90% das reações alérgicas alimentares em todo o mundo.
As alergias cruzadas existem: por exemplo, uma pessoa alérgica ao pólen de bétula pode também sentir coceira ao comer certas maçãs ou avelãs, pois esses alimentos contêm proteínas semelhantes às do pólen.
O pólen responsável pela sua alergia sazonal pode variar conforme os períodos de floração e a sua região: existem aplicativos dedicados que permitem acompanhar os níveis de pólen em tempo real no seu ambiente.
As alergias alimentares e respiratórias não são as únicas formas conhecidas de alergias. Você sabia que algumas pessoas são alérgicas ao sol (fotossensibilidade alérgica) ou até mesmo ao frio (urticária ao frio)?
Pour identificar com precisão o alérgeno responsável, recomenda-se realizar testes alérgicos com um profissional de saúde (alergologista). Estes podem incluir testes cutâneos (testes de picada), análises de sangue específicas ou testes de eliminação-reintrodução sob controle médico.
Uma alergia envolve uma reação imunológica específica que geralmente provoca sintomas rápidos, como inchaços, coceiras ou dificuldades respiratórias. Por outro lado, uma intolerância não envolve o sistema imunológico e se manifesta mais por dificuldades digestivas, cólicas ou inchaços, geralmente de forma mais gradual e menos perigosa.
Sim, é absolutamente possível desenvolver alergias na idade adulta. Embora a maioria das alergias comece na infância, sensibilizações podem ocorrer em qualquer idade devido à exposição repetida a um alérgeno, a uma mudança ambiental ou a um desregulamento tardio do sistema imunológico.
Certas alergias, especialmente alimentares, são mais frequentes em crianças e podem desaparecer naturalmente à medida que elas crescem. Isso se deve à maturação progressiva do sistema imunológico, que se torna mais tolerante a substâncias anteriormente consideradas ameaçadoras.
Sim, vários fatores podem favorecer o desenvolvimento de alergias, como antecedentes familiares (fatores genéticos), exposição precoce ou intensa a alérgenos, poluição do ar, tabagismo passivo, ou ainda a diminuição do contato com certas bactérias durante a infância, o que é chamado de hipótese higienista.
0% dos internautas acertaram tudo neste quiz!
Question 1/5