O som não viaja tão longe quando chove, porque as gotas de água absorvem parte da energia sonora e criam interferências que atenuam a propagação do som.
Quando chove, muitas minúsculas gotas d'água caem no ar. Essas gotas refletem e dispersam as ondas sonoras, um pouco como uma bola quica contra vários pequenos obstáculos. Como resultado, uma boa parte do som se espalha em todas as direções ao invés de seguir em linha reta até seus ouvidos. Esse efeito é chamado de dispersão sonora. Quanto maiores e mais numerosas as gotas, mais forte é essa reflexão, e mais rapidamente o som se atenua com a distância. É por isso que ouvimos menos bem os sons distantes quando está chovendo forte.
Quando o ar se torna muito úmido, ele contém mais moléculas de água, que absorvem diretamente parte das ondas sonoras. De fato, toda vez que o som atravessa esse ar carregado de umidade, uma pequena parte de sua energia é perdida: ela é transformada em calor, quase imperceptível. Essa perda de energia torna o som progressivamente mais fraco a uma distância igual, em comparação com um ar mais seco no qual ele viajaria melhor. Certas frequências, especialmente os sons mais agudos, sofrem particularmente com essa absorção, o que dá a impressão de que a voz chega menos longe quando chove.
A temperatura e a densidade do ar influenciam diretamente a propagação do som. Quando chove, geralmente o ar esfria, o que torna sua densidade mais importante. Um ar mais denso altera a velocidade à qual o som se propaga e limita, assim, seu alcance. Em resumo, as diferenças de temperatura criam tipos de camadas de ar com densidades variadas, e quando o som atravessa essas camadas, ele pode ser desviado ou enfraquecido. Como resultado, o som perde intensidade e não se propaga tão longe quanto através de um ar homogêneo mais quente e menos denso.
A chuva que cai gera um ruído de fundo constante ao atingir diferentes superfícies como o chão, as folhas e os edifícios. Esse ruído mascara parcialmente outros sons, agindo como uma espécie de cortina acústica, reduzindo assim sua percepção. O ouvido humano tem dificuldade em distinguir os sons distantes, porque estes se misturam nesse zumbido contínuo provocado pelas gotas de água. Quanto mais intensa a chuva, mais alto se torna o som ambiente, e mais difícil é para os sons distantes se destacarem claramente.
O vento desvia e deforma a trajetória das ondas sonoras. Quando sopra de frente para o som, ele desacelera sua progressão, o que diminui o alcance de um ruído. Ao contrário, quando o vento sopra na mesma direção que o som, ele ajuda a levar mais longe. As turbulências atmosféricas causadas pela chuva criam "zonas caóticas", onde as ondas sonoras rebatem e perdem sua energia. Resultado, o som rapidamente se torna difuso e perde intensidade, o que o torna menos audível à distância.
Você sabia que as salas de concertos clássicas controlam precisamente seu nível de umidade? De fato, uma umidade muito alta absorve as altas frequências sonoras, alterando assim a qualidade acústica.
Certas espécies animais, como os elefantes, utilizam os infrassons, que são sons de muito baixa frequência que não conseguimos ouvir, para se comunicar a grandes distâncias, mesmo sob a chuva ou em um ambiente úmido.
Savias que durante a Primeira Guerra Mundial, dispositivos de escuta especiais chamados "escutadores acústicos" eram usados para detectar aviões inimigos? A chuva e as más condições meteorológicas reduziam, felizmente, a eficácia deles para o inimigo!
Um fenômeno chamado "efeito Lombard" faz com que humanos e animais aumentem instinctivamente o volume de sua voz em ambientes barulhentos ou durante chuvas intensas para serem melhor ouvidos.
Sob uma chuva moderada, os sons humanos são geralmente claramente audíveis a algumas dezenas de metros no máximo; depois, sua clareza diminui rapidamente devido à atenuação acústica causada pelas gotas de água e pela umidade atmosférica.
O vento pode tanto ajudar quanto prejudicar a propagação do som, dependendo de sua direção. Um vento soprando na direção do ouvinte pode aumentar ligeiramente o alcance do som, enquanto um vento contrário dispersa e dilui o som, reduzindo seu alcance.
Sim, uma chuva forte produz um maior número de gotas grandes, aumentando assim a dispersão e a atenuação das ondas sonoras. Uma chuva fina gera menos perturbações acústicas, mas ainda assim afeta levemente a distância à qual o som se propaga.
A neve também influencia a propagação sonora, e seu efeito pode ser às vezes ainda mais notável do que o da chuva. A neve fresca atua como uma camada absorvente, reduzindo fortemente a reflexão dos sons e limitando sua propagação a longas distâncias.
Durante a noite, o ar próximo ao solo esfria e cria condições favoráveis à propagação do som, refletindo-o para baixo. Por outro lado, durante os episódios de chuva, as gotas de água dispersam e absorvem mais as ondas sonoras, reduzindo o alcance do som.
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Question 1/5