Alguns peixes, como o peixe-andador, conseguem andar em terra graças à sua capacidade de respirar tanto na água quanto no ar. Suas barbatanas peitorais modificadas permitem que se movam em superfícies terrestres.
Originalmente, as nadadeiras dos peixes servem essencialmente para nadar, estabilizar o corpo e se dirigir debaixo d'água. Mas em algumas espécies, essas nadadeiras mudaram gradualmente, evoluindo para verdadeiras estruturas de suporte. A transformação dos ossos e músculos permitiu que algumas nadadeiras se tornassem mais robustas, grossas e articuladas. O resultado: elas suportam o peso do corpo fora da água, um pouco como patas rudimentares. E isso facilita muito a vida quando se trata de atravessar pequenos espaços terrestres para buscar comida ou passar para outras extensões de água em caso de secagem, uma situação muito prática para sobreviver. Essas mudanças anatômicas muito específicas permitiram que alguns peixes como o périophtalme ou o axolote se deslocassem fora da água, estabelecendo assim as bases evolutivas dos futuros tetrápodes, nossos ancestrais muito distantes.
Para sair da água, respirar torna-se um grande desafio. Ao longo da evolução, alguns peixes se equiparam com órgãos respiratórios capazes de extrair oxigênio diretamente do ar. Por exemplo, espécies como o périophtalme ou o dipneuste (também chamado de peixe-pulmão) utilizam um sistema semelhante a um pulmão muito rudimentar. Na superfície, eles aspiram o ar, o aprisionam por alguns instantes nesses órgãos modificados e absorvem o oxigênio necessário.
Outros peixes utilizam sua pele para respirar fora da água, desde que ela permaneça úmida. Sua pele possui, então, uma rede densa de vasos sanguíneos, permitindo as trocas gasosas diretamente com o ar ambiente. Essa adaptação não é apenas prática, é vital: em água pobre em oxigênio, ter um órgão capaz de respirar ar livre lhes dá uma verdadeira vantagem!
Alguns peixes saem temporariamente da água porque claramente encontram um interesse alimentar ou ecológico. Basicamente, quando o seu habitat aquático se torna pobre em oxigênio ou quando a comida começa a escassear, eles precisam explorar em outros lugares. Em terra, podem caçar pequenos insetos ou aproveitar outros recursos alimentares que não encontram debaixo d'água. É, de certa forma, uma estratégia de sobrevivência inteligente. Esses peixes desenvolvem então adaptações que permitem uma locomoção terrestre rudimentar, apenas o suficiente para explorar o ambiente terrestre próximo. Não há milagre: andar na terra simplesmente lhes dá acesso a um despensa mais rica ou a opções vitais quando as condições aquáticas não são mais favoráveis.
Passar de um ambiente aquático para um ambiente terrestre não é nada óbvio para um peixe. No entanto, alguns organismos com nadadeiras fizeram isso há cerca de 375 milhões de anos. Espécies como o Tiktaalik ilustram bem essa mudança gradual: metade peixe, metade tetrápode, essa criatura já possuía nadadeiras um pouco reforçadas capazes de suportar um mínimo de seu peso fora da água. Com o tempo, essas estruturas continuaram a evoluir para verdadeiros membros suportadores. Por que essa transição ocorreu? Porque o ambiente terrestre oferecia espaços disponíveis, menos predadores e mais alimento: o plano perfeito para uma fuga bem-sucedida da água. Essa transição representa um momento chave para entender como a vida aquática pode ter levado a organismos terrestres.
O Tiktaalik, uma espécie hoje extinta, é frequentemente considerado um elo evolutivo essencial. Ele possuía características típicas tanto de peixes quanto de animais terrestres, revelando assim uma etapa crucial da vida na transição da água para a terra.
O anabas, ou peixe-trepador, pode sobreviver fora da água por até seis dias graças a um órgão respiratório especial chamado labirinto, que lhe permite aproveitar o oxigênio do ar ambiente.
Algumas espécies de peixes pulmonados africanos podem sobreviver à seca enterrando-se profundamente na lama e respirando ar graças aos seus pulmões primitivos por períodos de até 4 anos!
O périophtalmo, um peixe que vive nas manguezais, é capaz de respirar pela sua pele úmida e passar várias horas fora da água, movendo-se pulando com a ajuda de suas nadadeiras adaptadas.
Sim, ao estudar esses peixes, os cientistas podem entender como os primeiros vertebrados terrestres evoluíram a partir de formas aquáticas. Esses peixes atuais oferecem pistas valiosas sobre como as transições evolutivas entre os ambientes aquáticos e terrestres ocorreram.
Os peixes capazes de andar geralmente preferem habitats intermediários, como os manguezais, os pântanos ou os brejos, onde a água doce ou salobra coexiste com a terra firme. Esses ambientes semi-aquáticos facilitam seu modo de vida anfíbio.
Par entre os peixes capazes de andar estão o perioptalmo (mudskipper), o peixe-gato andador (Clarias batrachus) e algumas espécies de gobies. A sua capacidade de andar está relacionada a adaptações específicas, como nadadeiras reforçadas, capazes de suportar seu peso em solo firme.
Sim, alguns peixes caminhantes têm adaptações fisiológicas que lhes permitem respirar fora da água. Isso pode incluir brânquias modificadas, pele especializada ou até mesmo pulmões primitivos, permitindo-lhes assim respirar diretamente o ar.
A marcha terrestre oferece algumas vantagens ecológicas a esses peixes. Entre essas vantagens, destacam-se uma maior diversidade alimentar, a possibilidade de evitar predadores aquáticos e a conquista de novos ambientes quando seu habitat inicial se torna menos favorável ou sofre variações sazonais.

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